Conhecer de dentro para fora

Já há muito que busco um equilibrio saudável na vida, já travei batalhas comigo mim própria julgando ser esse o rumo certo.

Uma luta contra mim , mas teoricamente a meu favor, deslarguei-me de coisas que me faziam bem mas prejudicavam-me .

Já clamei por Deus.

Já ergui barricadas contra outros não tão iguais a mim, já derrubei muralhas, já saltei obstáculos do que é predefinidamente conceitual, e esqueci por pequenos momentos que tudo o resto existia como sendo uma realidade una.

Hastei bandeiras brancas, retirei as tropas desistindo, e hoje só por ser hoje implementei uma nova lei na minha acta:

Desisti de desistir !

Já fui sombra, já fui luz, e mesmo não agarrando em nada, guardei para mim aquela memória que ainda hoje me estremece.

Já quis ser poeta.

Tracei planos para mim e para mais alguém, em que os objectivos perderam-se ao longo do meu rumo, depois destrui os caminhos com fogo dor e sangue, chorei molhando as cinzas e desfanzendo todos aqueles martires do passado, eles lembram-me aquilo que fui e que não vou mais voltar a ser.

Quase sempre só, raras vezes despercebida, desapareci raptando-me dentro de mim, esqueci por minutos do meu nome, devidi-me reflecti-me e multipliquei-me por necessidade.

E nessa quarentena, não me esqueci de rir, mesmo quando quem amei partiu , e também não me esqueci de sonhar mesmo quando me impediram de continuar.

Não é fado não é carma nem passado.
É só o que me tornou aquilo que sou hoje...