Lógica na Paixão

Não sei bem definir uma paixão, mas sei descrever uma sensação apaixonante, não me apaixono facilmente por pessoas, apenas por sensações, às vezes até pode ser por pequenos gestos, pequenas atitudes, que às vezes parecem-nos pequenas mas tornamos grandes, exageramos, algumas significam pouco outras significam muito.

Como se mede uma atitude ? Impossivel porque não tem peso nem comprimento, só tem importância. "Olhando" para o passado reparo que raras são as vezes que me apaixonei de facto por uma pessoa, não conto mais de 3. De resto isso não quer dizer que não tenha vivido sensações apaixonantes.

Lembro-me bem daquela sensação, quando via o R.R. a barriga revolucionava-se queria deixar de respirar, não sentia os pés, os joelhos tremiam, a voz não saia certa , só dizia merda e "não". Calava-me nas alturas mais impróprias, corava por tudo e por nada. Não conseguia de facto controlar a temperatura do meu corpo.

Conclui, portanto que a paixão estupidificava-me , para além do mais passava o dia com saudades de o ver com ansia de observar aquela boca, as memórias vinham-me nos momentos mais constrangedores, a voz dele murmurava-me no pensamento, evitava-o. Pensava que era um demónio na minha cabeça, e afastei-me pois achava que ele não queria saber nada de mim.

Mais tarde vim a saber que tb sentia o mesmo por mim. Como essa paixão foi para mim tão doentia, medi os riscos e optei por não alimentar mais.

Achei-me imatura para lidar com tantas emoções avassaladoras. No entanto estava sempre a ter sonhos eróticos recorrentes com flores, isso só pode querer dizer uma coisa, que ele foi um dos culpados pelo meu desabrochar.

Mas hoje digo com segurança: - Paixão , não obrigado.