Quanto mais conheço o género humano no geral menos me orgulho de pertencer esta raça.
Quanto mais me conheço, menos fico surpreendida com as minhas atitudes no dia a dia.
Quanto mais testo as previsibilidades dos seres humanos, mais desumana me acho.
Somos todos estranhos na nossa forma de ser, porque todos nós temos trajectos diferentes e nalgumas coisas parecidas, se tivermos escolha é sinal que temos poder, isso é tão bom quanto mau, na minha opinião.
Não me acho mais estranha do que os outros, estou no mesmo plano, mas escolho recolher-me e pensar por mim, desde que me conheço.
Escolho as conversas, escolho os meus ódios de estimação, e nas coisas que não tenho escolha faço o meu melhor papel, finjo-me actriz neste palco que é a vida.
Odeio:
Telemóveis, Programas de fim de semana, TV de fim de semana e de horário nobre, Noticias tendenciosas, Conversas de circunstância, Vaidosos(as), Burrice, Perguntas estúpidas , Perguntas óbvias, Olhares interesseiros, Invejosos(as), odeio o cheiro das pessoas, por isso evito o metro. Odeio o facto de não esquecer uma cara, um amigo meu disse-me que as pessoas andam com cara de fungos, e eu n podia concordar mais.

Claro que sim que sou estranha, não me englobo nesta normalidade que me rodeia, não sou nem mais nem menos, apenas sou como sou.
Odeio o que sai da minha caneta quando escrevo poesia e não adoro os meus textos, é um exercício mental que faço, porque para mim vocês são de outro planeta e estou apenas a testar novas linguagens, no fundo sinto-me estranha, não porque vos acho mais iguais mas sim porque nunca me senti feliz estando englobada num grupo, ou num estereotipo.
Odeio encontrar alguém que em tempos troquei umas boas palavras e constatar que não mudaram absolutamente nada, odeio que eles e elas próprias me digam, "está tudo igual", odeio que me abordem na rua com conversas sobre coisa nenhuma. Odeio a tacanhez que paira sobre a humanidade.
Odeio e permito-me a desgostar.
Quero-me conhecer ainda mais. Porque sou inconstante, sou mutante, estou em constante mudança, às vezes até insensível pareço ser pelo meu desapegamento por tudo o que já passou, porque acho que não perdi, está aqui dentro de mim, e isso não me define.
Adoro saber o que gosto, adoro separar as águas , adoro saber o que detesto, adoro odiar.
Conheço-me desde os 15 anos e sempre me consideraram estranha, agora, com 27, finalmente admito que o sou.
16 comentários:
Demoraste a considerar-te estranha, mas chegaste lá! ;)
Ser estranho não é nada mais que ser autêntico e não andar pelo mundo por ver os outros andarem. Viver por si e não pelos outros (não confundir como as pessoas fazem com viver para os outros!).
Basquiat dizia que a vida é o preço que pagas pelo talento que tens. Saber e aceitar como somos é dar asas a esse talento. É viver.
Penso que a Humanidade (ou a Raça Humana, termo que, penso eu, deixa transparecer uma maior ferocidade que se nos ajusta plenamente) tem duas grandes características que se enquadram na matéria sobre a qual escreves neste post: uma incrível e imbecil previsibilidade de dizer e fazer o óbvio e, lá de quando em vez, de se surpreender a si mesma sendo menos "raça" e mais "humana", se é que me faço entender... Também não sou propriamente alguém que morra de amores pela espécie humana: mais confio num animal selvagem do que num homem civilizado. Mas cá andamos, a alternativa será enfiarmo-nos pelo meio do mato adentro e por lá ficarmos, eremitas vivendo na cave do nosso próprio ego. Por horrível que sejamos, é exactamente no meio do sistema que o podemos mudar. Sair dele é renunciar à possibilidade de escolher um mundo melhor. Não perfeito mas melhor.
Quanto à estranheza, faço a apologia dela. O estranho nada mais é do que o que foge ao conhecido, à nossa zona de conforto. Se conseguirmos abraçar o estranho, conseguimos crescer para fora dos nossos limites e do nosso ego. Em vez de eremitas, tornamo-nos Super-Homens (piscando o olho a Nietzsche).
Temos sempre uma escolha. Por muito estranhos que nos vejamos, seja a nós ou aos outros.
Ap , demorei mais a admitir, acho que sempre soube no meu interior, tanta coisa que sei e que raras vezes me atrevo a admitir.
:/
"Basquiat dizia que a vida é o preço que pagas pelo talento que tens. Saber e aceitar como somos é dar asas a esse talento. É viver."
Nem mais, beijos :)
Valter ...
"Sair dele é renunciar à possibilidade de escolher um mundo melhor. Não perfeito mas melhor."
Sei disso, mas escapo-me do sistema tantas vezes quanto posso, e isso não quer dizer que esteja a fazer algo de ilegal.
"Quanto à estranheza, faço a apologia dela. O estranho nada mais é do que o que foge ao conhecido, à nossa zona de conforto. Se conseguirmos abraçar o estranho, conseguimos crescer para fora dos nossos limites e do nosso ego. Em vez de eremitas, tornamo-nos Super-Homens (piscando o olho a Nietzsche)."
Eu odeio zonas de conforto, e sempre odiei, mas é algo que nem sempre consigo evitar, de quando em vez preciso de descansar a cabeça numa zona de conforto desde que isso não me traga sequelas, estou ciente que me traz consequências.
Abraçar o desconhecido, também uso esta expressão , hehe.
Por exemplo, neste texto escrevi, e repeti a palavra ódio várias vezes, e isso pode parecer rebeldia mas não é, eu acho que é a completa aceitação do meio que me rodeia.
"Temos sempre uma escolha. Por muito estranhos que nos vejamos, seja a nós ou aos outros."
Sim eu também acho :)
O que me assusta na verdade são os normais de mais , brrr a sério, arrepiam-me com as suas perfeições todas categorizadas pela obcessão permanente de serem aquilo que nunca poderam ser.
Beijos
"porque para mim vocês são de outro planeta e estou apenas a testar novas linguagens," lool brilhante!
eu não sou lá muito assim, mas acho que conseguia ser o yang do teu ying, porque há pontos fundamentais em que nos tocamos...é estranho, mas faz sentido.
o meu comentário é um pouco estranho, mas foi assim que me saiu, e acho que entendeste! ou não.
és sempre mais alguma coisa que não consegues ver em ti!
nessa perspectiva não seremos todos estranhos?
Sam...
Claro que sim´, sou só estranha quando me estranham e tu não me estranhas :)
Beijos
Vicio, sim, depende da perspectiva.
Noivo, se todos somos estranhos então tem que haver alguma virtude para contrabalançar, aqui no meio virtual sem dúvida e em muito maior escala, já me encararam como estranha e muito mais vezes que na vida real.
Na vida real chamam a isso de mau feitio.
Boa, meti um comentário numa caixa de comentários e vem parar a esta. Pronto, lá vou eu entrar na tua lista de ódios...
AAHHH, estou a começar-me a passar com isto! Já meti aqui não sei quantos comentários e isto ignora-os, ou pelo menos não diz que foi guardado. Odeias telemóveis? Odeia é o blogger, que só confude os rafeiros como eu!
agora tudo é mais fácil, agora vais viver em pleno aquilo que tu queres e assumes.
identifico-me com bastantes coisas do teu discuro.
Espero que sim Francis, :) e que bom que te identificas, porquê ? Porque sim ;)
Rafeiro Perfumado,
Lol Rafeiro não vais nada :D Mas tb não sabes se já lá estás :P
"AAHHH, estou a começar-me a passar com isto! Já meti aqui não sei quantos comentários e isto ignora-os, ou pelo menos não diz que foi guardado. Odeias telemóveis? Odeia é o blogger, que só confude os rafeiros como eu!"
Tenho que admitir que és persistente :)
Mas não me responsabilizo pela minha caixa de comentários, pelos vistos tem mais mau feitio que eu ;)
Enviar um comentário